sexta-feira, 22 de junho de 2012

"Não sei o porque de assim ser"


   Não escrevo muito. Já não escrevo faz tempo, e só tenho necessidade de escrever quando não há humano existente que me consiga compreender, portante mais vale desabafar com um monte de teclas, que ouvir as celebres palavras do "tens que superar isso", "só é assim porque tu queres". 
   Hoje, fizeram-me a pergunta fantástica de "que andas tu a fazer da tua vida? que merda é essa onde te andas tu a enterrar!Porque é que não paras de criar finais felizes para os outros, e nao crias o teu?"
   Depois de tanto tentar barafustar, argumentar e dizer mil e uma asneiras, comecei a pensar nesta pergunta que me tinham feito, e por momentos pensei: "que ando eu a fazer da minha vida?", respondi automaticamente a mim mesma "uma valente bosta pelo que se vê!"
  Depois dessas interrogações todas feitas à minha pessoa, fizeram-me a mais grave e séria de todas :" qual a ultima vez que te sentiste mesmo feliz?"
o inconveniente desta questão foi o facto de me ter  transportado para uns bons anos atrás, cerca de 5 anos. foi esse tempo que senti que tinha sido o ultimo onde me tinha sentido mais feliz. it's a true story.
   A verdade é que nos últimos tempos, senão nos ultimos anos tenho sido uma criadora de happy endings para as pessoas a minha volta, e tenho esquecido o meu proprio happily ever after.o que me leva a ter raiva de mim, nunca percebi bem a minha necessidade de proteger e de dar aos outros muito mais do que recebo em troca. nunca percebi tambem porque deixo que os outros exijam de mim aquilo que eu nao exigo deles. a culpa é minha, inteiramente minha. eu é que tornei isto num habito, eu é que habituei as pessoas a nao se preocuparem com a vida delas porque eu estava la para me preocupar por elas. que ridiculo nao? porque é que eu tenho que me preocupar com as pessoas, defende-las e protege-las quando elas nem sequer querem saber dos meus sentimentos, do que eu sinto por elas. como é que é possivel que eu admita que pessoas exijam de mim aquilo que nem elas proprias conseguem fazer? como é que é possivel nos darmos tudo por alguem e depois sentirmos que existimos apenas para substituir alguem? 
   Como ja me disse uma vez alguem " se queres continuar a ser madre teresa de calcutá... tens que aceitar as consequencias". parece que eu deixar de ser a madre teresa é um crime, porque todo o mundo me desabou em cima, como se eu fosse o evil on earth!!!
   Nos pensamos que toda agente nos ama forever, mas depois na realidade as pessoas na sua maioria so querem aquilo que tu tens para dar, a segurança que lhe das! e tu fraca  de espirito, deixas-te levar.
eu ja perdi muito, ja lutei muito ja venci muito, ja conheci muito merda, ja vi o que é o inferno na terra, ja fui tao descriminada que pensei em acabar com a minha vida.
as pessoas pensam que é facil viver numa sociedade onde nao se aceitam as pessoas como elas são, onde sabes quem quando vais a uma discoteca tem 30% das pessoas a olharem para ti com desdem, e mesmo assim, tens que fazer um esforço para nao te preocupar com isso, ou mesmo quando ouves um piropo na rua, tens que manter a tua postura mesmo que estejas a chorar por dentro.
  eu ja amei muito, ja amei de mais. ja sei o que foi perder um amor por causa das aparencias, ja sei o que é ter alguem que nos ama, mas que nao o admite ao mundo por vergonha! ja sei o que é ser ostracizada da sociedade, ja sei o que é bater no fundo! mas que recompensas eu hoje tenho se me sinto mais fraca do que à meses ou anos atrás? eu ja fui tao forte e ja estive tanto no topo, ja fui feliz, ja me amei como nunca.mas...parece que perdi tudo, passei a amar mais as pessoas que me amava a mim, terivel, ridiculo e intolerante. agora pergunto-me a mim propria, onde estou eu? que é feito de mim? que é feito da minha alegria e amor pela vida? devem estar ai perdidos, ou entao ficaram com quem me roubou o coração e nunca mais mo devolveu. 
meu deus que é feito de mim? se eu passa-se por mim,não me reconheceria!!!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

RR


Não tenhas nada nas mãos 
Nem uma memória na alma, 
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,
Ao abrirem-te as mãos 
Nada te cairá.