quarta-feira, 20 de maio de 2015

My kind of friendship

Bem pela primeira vez vou escrever o texto que tenho andado para escrever há muito tempo. O meu único problema padeceu-se no problema de nunca ter conseguido encontrar uma estrutura que definisse esta temática, até que me apercebi que este tema não tem definição, é demasiado abrangente para conseguir descreve-lo de uma só forma, portanto vou escreve-lo da única forma que conheço, a minha!
Este é sem dúvida um dos principais fundamentos de nós como pessoas, como cidadãos, como humanos, é algo que pra mim é intrínseco há minha própria existência, falo eu então da Amizade.
Pra mim é a amizade tem apenas a particularidade universal de ser a relação pessoal que mantemos com pessoas, apenas porque queremos (fora namorados, família, colegas de trabalho/faculdade, etc).
Nós não somos obrigados a relacionarmo-nos com uma pessoa afetivamente, considera-la nossa amiga se não quisermos, podemos manter uma relação cordial apenas para mantermos o civismo, nada mais que isso.
Portanto vou falar do que me leva a mim a manter uma relação de amizade com todos os meus amigos.
Primeiro, acima de tudo porque todos os meus amigos tem personalidades diferentes, que completam. Eu preciso de um bocadinho de cada um, preciso de cada um deles de diferentes formas, nenhum deles é substituível, nem nunca será.
Depois porque eu tenho um feitio muito complicado, e reconheço-o claramente.
E estes dois pontos de partida faz com que existam pessoas tão essenciais na minha vida que eu já não me consigo imaginar sem elas.
Mas ainda não respondi o que para mim é a amizade.
 Portanto para a mim a amizade é nada mais, nada menos do que ter um ombro para chorar, ter alguém que nos liga a dizer “estou na tua casa em 5 minutos”, ter alguém que nos dá na cabeça quando fazemos porcaria, ter alguém que mesmo estando longe fisicamente está sempre perto, alguém que nos sabemos que ligamos a qualquer hora e teremos essa pessoa ao nosso lado em minutos, alguém que nos protege, alguém que nos vai buscar a casa porque temos medo de sair à noite sozinhas, alguém que se lembra de nós por tudo e por nada, alguém que sabe todos os nossos tiques, expressões e manias, alguém que faça muitas vezes os papeis de pai, mãe, irmão, irmã, namorado, que nos ajuda a estudar mesmo que não perceba nada da matéria, que nos diz que vai correr tudo bem mesmo quando sentimos que o mundo vai desabar, e também alguém que nos próprios queremos cuidar, proteger fazer feliz, alguém que está sempre no nosso coração e que nos queremos muito que esteja bem, que nunca queremos magoar de propósito e que nos faça sentir frustrados porque faz porcaria, alguém que cuidados como se fossem nossos filhos, que amamos como se fossem nossos irmãos e que respeitamos como nossos pais.
Eu tenho isto tudo de cada um dos meus amigos, cada um com o seu feitio, com a sua personalidade, com os seus defeitos, contribuem para que eu seja uma pessoa mais completa, mais tolerável, mais inteligente e mais feliz.

E para terminar como diz Francis Bacon “Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto”.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O peso do silêncio

Não poderia deixar passar esta situação sem falar dela. Gosto de fazer comparações, apesar de existirem coisas incomparáveis, mas o bullying é para mim um contexto geral, e que a única definição é magoar outra pessoa só porque sim.
Não percebo sequer o que vai na cabeça das pessoas que o praticam, por mais que tente é injustificável, não aceito tal crueldade.
Na altura em que eu era mais nova também eu sofri desse mal. Na altura nem sequer existia a palavra bullying, chamava-se “gozar”.
Eu era a dita menina gorda, que chamavam de tudo e mais alguma coisa. Ouvia piropos quando passavam por mim na escola. Por incrível que parece eram sempre as mesmas pessoas, e a gravidade da minha situação é que eu achava que o problema era, eu é que era gorda, eu é que era diferente das outras pessoas, vivia num meio pequeno, pouco ou nada sabia do mundo, sentia que pertencia a outro planeta, na minha cabeça eu era uma aberração, porque os outros gozavam comigo, chegou a haver mesmo situações em que me empurravam, que davam chapadas, ou os meus amigos que me defendiam eram agredidos.
Mas paralelamente a ser se agredido é a vergonha, nós temos vergonha de passar por isso, naquela altura para admitir que sofria de bullying eu tinha que admitir que não era normal, que não era igual aos outros. Eu tinha vergonha de ser eu, de ir para a escola, de passar nos sítios onde essas pessoas, eles gozavam e eu não respondia, baixava a cabeça, por dentro sentia me revoltada, comigo, com o mundo, culpava os meus pais, culpava me a mim própria, culpava tudo a minha volta.
Até que mudei de lugar, de casa, de vida, de mim própria, e ai percebi que existiam outras pessoas, outras ideias, outras tolerâncias, outras pessoas como eu, outras pessoas diferentes com outras diferenças.
Ao longo do tempo tenho reconhecido que a diferença não tem que ser vista como uma coisa negativa. Eu não tinha nada de mal, eles é que tinham, todos os praticantes de bullying é que tem, eles é que são diferentes, eles é que são maus.
Isto tudo para dizer que todas as pessoas que sofrem de bullying tem medo, tem vergonha, querem esconder, porque por momentos sentem que o problema é deles.
É preciso uma grande aceitação das pessoas ao nosso redor para nós percebermos que o que nos fazem não está correto. Quando alguém nos chama “gordo” ou “preto” ou “maricas” e alguém próximo de nós diz “não ligues”, não é de todo o mais correto porque só nos dá a sensação que quer dizer “come e cala-te”. Nós precisamos pessoas que nos defendam, que lutem por nós, que se manifestem, se se calarem estão a ser pior que nós. Não nos deixem ouvir e calar, não nos deixem baixar a cabeça, façam com que sejamos mais fortes que a própria força.
Não queria acabar este texto sem agradecer às pessoas que fizeram das minhas palavras as deles, que se manifestaram, que me defenderam que deram a cara por mim que me ajudaram a perceber que eu não sou normal, sou especial, e que o ser diferente por vezes é bom, eu hoje sou forte com o que aprendi e com as pessoas que me ensinaram que os obstáculos são sempre contornáveis!

Um muito obrigado.